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PANC

Você já ouviu falar nas PANCs? O termo é abreviação para Plantas Alimentícias Não Convencionais, facilmente encontradas na natureza, riquíssimas em nutrientes e – pausa dramática – orgânicas! Sabe aquele matinho que cresce espontaneamente no seu quintal e você acha que é erva daninha? E a bananeira? Sabia que dá pra comer além da fruta madura?

 

Existem mais de 300 mil tipos de plantas comestíveis mas consumimos apenas 0,06% disso. Isso mesmo, menos de 1%! E sabe o porquê? Dinheiro, sempre ele. O crescimento do agronegócio, a destruição de biomas e os sucessivos processos de seleção artificial (tudo isso visando o lucro) fizeram com que o número de plantas que usamos na nossa alimentação diminuísse drasticamente. Como resultado desse estilo de vida imposto, passamos a ter menos fontes naturais de nutrientes e começamos a precisar de suplementos artificiais.
Em 2010 o Ministério da Agricultura lançou uma compilação com 23 espécies de vegetais que têm partes comestíveis (raízes, rizomas, frutos, folhas e flores). O “Manual de Hortaliças não-convencionais” está disponível para download aqui. Se quiser saber ainda mais sobre as PANCs, o livro “Plantas Alimentícias Não Convencionais no Brasil” foi lançado em 2014 e apresenta 351 espécies que foram fotografadas, identificadas e catalogadas. E sabe o melhor? O livro dá até dicas culinárias!

Carne de segunda, sabor de primeira 3

Carne de segunda, sabor de primeira

Por muito tempo, os cortes de segunda sumiram dos cardápios dos restaurantes mais sofisticados, mas com o aumento crescente do interesse pela gastronomia e a tão falada “gourmetização”, essas especiarias começaram a ser exploradas novamente. Cansados da falta de desafio que um filé mignon representa culinariamente, grandes chefs brasileiros voltaram a trabalhar com as carnes de segunda, descobrindo novos e excelentes sabores.
Para quem não sabe, além da maldosa expressão, o que difere os cortes “de primeira” e “de segunda” é principalmente a quantidade de gordura e nervo. As carnes de primeira são retiradas das partes menos usadas pelo boi e, por isso, são mais macias, menos gordurosas e têm menos nervos. Já as carnes de segunda, vêm de partes mais expostas, que o boi movimenta mais e, por essa razão, são mais duras.
Até o final do século XX a predominância do rebanho brasileiro era de sangue de bos taurus e gado zebuíno (iguais aos da novela do Rei do Gado, o branquinho da foto abaixo), mas com a evolução da tecnologia genética e melhoramento do rebanho brasileiro (introduzimos raças europeias, como o marrom da foto), hoje em dia consegue-se abater um gado mais jovem e com marmoreio (gordura intramuscular). Essa evolução significa que os cortes chamados tradicionalmente e “de segunda”, podem ser apreciados como carnes de primeira e, em muitos casos, com um sabor até melhor.
No continente europeu, onde essas carnes já são valorizadas há muito mais tempo, existe um ditado que diz: “não há carne de segunda, apenas cozinheiros de segunda”. Um dos passos para você ser um cozinheiro de primeira é saber que o problema da rigidez pode ser solucionado usando modo de preparo e métodos de cocção corretos. E, para sua sorte, é para isso que estamos aqui: vamos te ensinar a cozinhar pratos de primeira com qualquer tipo de carne!